Temos Papa.
O cardeal decano anuncia o novo Papa e os católicos respiram aliviados. A Igreja Católica encontrou no novo mundo, um comandante para botar ordem na casa e dar rumo ao navio que estava à deriva desde a renúncia de Bento XVI. Se o Papa Bento XVI nos surpreendeu com a renúncia, surpresa maior foi da Igreja se abrir ao mundo elegendo o primeiro papa das Américas. Essa última surpresa nos deixa orgulhosos e otimistas, afinal, o terceiro mundo passou a fazer parte do mundo. Mas uma coisa ficou atravessada na garganta; o papa tinha que ser da Argentina? Como é possível uma coisa dessas. A Argentina que já tem o melhor jogador do mundo, agora, também tem o Papa. A torcida, aliás, a fé dos Hermanos argentinos me impressionou quando eles entraram em campo, opa, na praça acreditando tanto no seu time, digo, Cardeal que já foram com a bandeira de seu país em punho. Vá ser otimista assim no raio que os parta. Tomara que em 2014 esses “pés quentes” não venham para o Brasil torcer pelos seus hemanos. Depois que a fumaça branca subiu o céu de Roma, uma multidão começou a se apertar na Praça São Pedro, mais de setenta mil pessoas aguardando, pacientemente, por mais de uma hora, o anúncio do novo Pontífice. A educação daquela gente me chamou a atenção pela classe, paciência e polidez. Ninguém brigava, ninguém acotovelava o outro para se aproximar da sacada. Não houve assalto a mão armada, nem trombadinha batendo carteiras, nem os estúpidos torcedores soltando rojões na cara dos torcedores de Cardeais de outros países. O grau de civilidade desse povo serviu de exemplo, especialmente, para os brasileiros. O Apóstolo Valdemiro Santiago deve ter morrido de inveja em ver tanta gente que não foi excluída pela sociedade, nem abandonada pelo estado ovacionando um pastor cristão que, sequer, fez milagre algum. O sonho de Zé Serra era ver toda essa multidão da sacada de seu palanque, num comício em plena campanha presidencial, em São Paulo, para esnobar Aécio Neves. Em questão de formalidade a Igreja Católica é perfeita. Tudo saiu conforme script. Do balcão da Basílica de São Pedro o Papa Francisco saúda os fiéis de bata branca simbolizando a pureza ilibida. Depois de abençoar, pede aos fiéis que orem por ele, e em silêncio os fiéis atendem. O Papa que veio do fim mundo se despede com palavras que nutrem e fortalecem as raízes da paz: Hospitalidade, Fraternidade, Silêncio e oração. Paz e unidade é o que a Igreja Católica precisa no momento. Que Deus ilumine o Papa! Seja bem vindo, Francisco!
Por Zé William
Vitória da Conquista, Bahia, 14 03 2013. |