Pedindo para morer

 

 

 


Pedindo para Morer

Casal é assassinado por vizinho que se irritou com barulho em São Paulo.
A mídia anuncia como crime brutal; psicólogo alega transtorno bipolar; surto de fúria; depressão; outra doença mental. Mas nenhum veículo de comunicação disse a verdade. Matou porque chegou a hora de dar um basta na intransigência e na falta de respeito para com o próximo. Matou porque esgotou a tolerância. Matou porque não aguentava mais. Acabou! O vizinho não vai mais encher o saco de ninguém. Não é preciso ser psicólogo para entender essa tragédia. Todo mundo entende o motivo, mas ninguém tem coragem de dizer a verdade. A globo anunciou como crime brutal, mas quem praticou o crime brutal? O vizinho que matou ou o casal arrogante que fazia barulho incomodativo e não atendeu aos apelos do agressor? Será que o casal que morreu não tinha o desconfiômentro para perceber que estava sendo inconveniente e que o vizinho já estava na última? Será que é por motivo banal que alguém toma uma decisão sabendo que depois vai ser obrigado a se matar? O vizinho matou e morreu. Pronto, acabou o problema, não precisa de polícia, delegado, advogado, ninguém, simplesmente, acabou. Morreu, mas ficou livre dessa putaria que é viver o dia-a-dia sem ninguém respeitar ninguém. Vizinho já havia discutido várias vezes com o casal por causa do barulho, mas o casal deu azar, o vizinho incomodado não tinha sangue de barata e resolveu fazer justiça com as próprias mãos. Aliás, ultimamente, é a única justiça que existe no Brasil. O casal morreu e deixou uma filha. Isso é lamentável! É Lastimável! Mas quem, realmente, matou o casal foi o próprio casal, por causa da arrogância, da prepotência que instigou o empresário ao crime. O casal perturbou, encheu o saco e não acionou o semacol para imaginar o que uma pessoa humilhada pode fazer. A mídia alardeia: o errado foi o vizinho que matou, que é um mostro, um animal, uma pessoa que não sabe viver em sociedade. Certo! Mas o casal assassinado não foi capaz de imaginar o grau de insatisfação do vizinho que chegou ao ponto de tomar uma decisão radical, sacrificando a própria vida. Quem quer viver muito tem que aprender a respeita o próximo. Quem tem filho e quer cuidar de filho não fica irritando pessoas estranhas, não fica criando confusão em trânsito. Se a pessoa quer viver muito para cuidar dos filhos, pratique humildade. Quando se tem discussão forte, seja com quem for, a pessoa tem que se preparar para o pior, se não estiver preparado para o pior evite a discussão. A atitude do suicida não foi em vão, vai servir de exemplo para outros vizinhos chatos e prepotentes que não respeitam ninguém. De uma coisa tenho certeza, nesse prédio, ao menos, por uma semana, os moradores vão respeitar a boa vizinhança, a boa convivência, não vão encher o saco uns dos outros, e quando for perturbar a tranquilidade alheia, vai pensar duas vezes. Isso também vai servir de exemplo para todos vizinhos chatos e prepotentes do mundo inteiro. Serve também para esses frescos, filhos da puta, que não respeitam ninguém com o insuportável som de carro ligado a todo volume. O que o vizinho fez, é o que todos os vizinhos incomodados têm vontade de fazer, quando se sentem incomodados, mas não tem colhões para isso. Por: Zé William

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